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segunda-feira, 5 de julho de 2010

POEMAS: CAMÕES

Luís Vaz de Camões, eminente poeta português, nasceu em Lisboa ou Coimbra, em 1524, e morreu a 10 de Junho de 1580.
Começou muito jovem a freguentar a corte de D.João III, aonde conheceu D.Catarina de Ataíde, que o poeta imortalizou sob o nome de Natércia, que era a sua musa de insperação. Com esse proibido amor ele foi em 1547 se alistar comos soldado entre as tropas que iam combater os mouros na África. Ai perdeu seu olho direito, numa das quase diárias escaramuças que se travavam entre portugueses e árabes.Quando voltou para Lisboa cumpriu um ano de prisão no troneo da cidade. Ao sair do cárcere, embarcou para a India, no ano de 1553. Já então concebera a ideia dos Lusíadas e, segundo alguns autores, lhe compuser parte do primeiro canto. Viveu alguns anos em Macau; foi aí que, conforme a tradição, escreveu até o sétimo canto dos Lusíadas.
Em 1568, voltou Camões à pátria. Encontrou ainda viva sua velha mãe, e alguns amigos que o auxiliaram. Catarina de Ataíde, a inspiradora do seu lirismo, porém, já havia morrido, e a pátria, musa dos arroubos épicos da sua inspiração, entrou a decair anos depois. Depois de sua vida aventurosa, cheia de tribulações e desilusões, desapareceu ni fim do século XVI a figura daquele que consideramos o maior poeta da língua portuguesa.
Suas Obras: Lusíadas, poemas épico em dez cantos compostos de oitavas decassílabas, em que há genias episódios, tanto heróicos como líricos, sonetos,canções,endechas, odes,elegias,éclogas,sextinas,redondilhas, o poema em três cantos De Composições e Criação do Hoimem, os três autos Anfitriões, em versos, EL-Rei Selcuco, quase todo em verso, e Filodemo, em prosa e verso, e ainda a tradução dos Triunfos de Petrarca, que depois de detido exame, julgamos não chegou a ser revista pelo poeta.

SONETO X

Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em ti sómente pode descansar,
Pois com ela tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que como o acidente em seu sujeito,
Assi com a alma minha se confroma;
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.


OS LUSIADAS

CANTO PRIMEIRO
1
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Traprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reinoi, que tanto sublimaram;
2
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E que aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

CANTO SEGUNDO

1
Já neste tempo o lúcido Planeta,
Que as horas vai do dia distnguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo,
E da casa marítima secreta
Lhe estava o Deus Nocturno e porta abrindo,
Quando as infidas gentes as chegaram
As naus, que pouco havia que ancoraram

2
Dentre eles um, que traz encomendado
O mortífero engano, assi dizia:
"Capitão valeroso, que cortado
Tens de Neptuno o reino e salsa via,
O Rei que manda esta ilha, alvoroçado
Da vinda tua, tem tanta alegria,
Que não deseja mais que agasalhar-te
Ver-te, e do necessário reformar-te.

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