quarta-feira, 28 de julho de 2010
REFLEXÃO ( CRÔNICA DE VERÍSSIMO)
domingo, 25 de julho de 2010
O DESAFIO DA ESCOLA
PARA TODOS: O que a escola precisa mudar para ser compulsória? Responder a essa pergunta supõe que, como mínimo, refletir sobre o lugar sociocultural da escola " ontem " e "hoje".
A pergunta em si mesma já expressa essa hipótese porque sugere que a escola de ontem não era compulsória e que a de hoje quer sê-lo. Por que a escola de ontem não era? Por que a de hoje deve ser?
Consideremos que, em certo sentido, a escoa sempre foi compulsória. Foi nela que que sempre se depositou a esperança e a confiança no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos daquilo que é compulsório para todos nós, não só na escola, mais na vida em geral. Amar ao próximo como a si mesmo, ser digno, comprometido, responsável e tantos outros valores são "compulsórios" a uma certa visão de ser humano. Sem eles, predominaram a barbárie e a violência. Classificar, selecionar, ordenar, fazer inferências, observar, comparar, quantificar, concluir, fazer escolhas, tomar decisões, antecipar, corrigir e tantas outras "ferramentas" cognitivas são habilidades consideradas compulsórias ao ser humano. Sem elas, nossa sobrevivência, nosso passado, presente ou futuro ficariam extremamente prejudicados e sujeitos a toda sorte de manipulações. Trabalhar em grupo, cooperar, argumentar, compartilhar tarefas, construir coisas, divertir-se, criar, desfrutar a vida e tantas outras realizações sociais são compulsórias ao ser humano. Sem elas, a vida restaria sem sentido.
Os domínios lembrados entre tantos outros não são privilégio da escola, tanto assim que culturas " não - escolares" os desenvolvem, inclusive de modo bastante complexo. O fato é que, em nossa sociedade, atribuiu-se à escola um lugar fundamental para o desenvolvimento dessas aquisições, sobretudo em crianças e adolescentes. Em resumo, se há coisas compulsórias é´porque são melhores para o ser humano e, se a escola compromete-se com seu desenvolvimento, ela também se torna compulsória, ao menos quanto aos conteúdos que pretende ensinar.
O problema da escola compulsória de " ontem " é que era destinada para poucos alunos. Ela se restringia àqueles que tinham condições ( financeiras, cognitivas, sociais, culturais, afetivas, biológicas, religiosas) de ingressar ou permanecer nela, porque atendiam aos seus pré-requisitos ou pressupostos. Os outros, a grande maioria, não ingressavam ou não ficavam mais do que alguns anos, o que só confirmava sua falta de condições para desenvolver na escola os conteúdos acima mencionados. Em outras palavras, a escola sempre foi compulsória, porque está comprometida em desenvolver bem o que é compulsório a uma vida digna e plena, mas antes ela só se permitia fazer isso com os poucos alunos que tinham condições para atender aos seus critérios. A escola de "hoje" reconheceu e aceitou o desafio de ensinar o compulsório da vida para todas as crianças e adolescentes. O que ela precisa mudar para ser compulsória nesse segundo sentido, ou seja, ser capaz de ensinar a todas as crianças?
Para responder a essa pergunta, penso que são importantes duas considerações. Primeiro, a escola de "hoje" deve mudar a visão que a de "ontem" construir sobre si mesma. Segundo, a escola de "hoje" não pode esquecer em sua critica aquilo que continua valioso, apesar dos imensos desafios de sua consideração na atualidade.
De um lado, a escola, como qualquer instituição social, expressa os valores, as possibilidades e os interesses das pessoas de seu tempo. Sobretudo, daquelas que têm poder politico e econômico, que têm condições - "herdadas" ou "conquistadas" - para determinar o que julgam "melhor" para si mesmas e para os representantes de sua classe. Nesse ternos, talvez caibam duas perguntas: a quem a escola de ontem servia?^A quem servia escola de hoje? De outro lado, como comentei no início, a escola aceitou ser e de fato é depositaria daquilo que é fundamental ou compulsório a qualquer ser humano,mesmo que suas formas de expressão variem no espaço e no tempo.
A quem serve a escola? Para responder a essa pergunta, proponho que lembremos, ainda que superficialmente, três modos de ser de nossa sociedade nos últimos séculos. O primeiro deles é o da sociedade produtora, isto é, comprometida com a fabricação de bens duráveis, resistentes.
Sólidos também são seus valores, seus compromissos e suas relações de trabalho. É a sociedade que preza o emprego e o casamento para toda a vida, que valoriza a família com muitos filhos, os quais estendem e aprofundam a herança e os valores de seus pais. Não importa que o trabalho vire rotina, que produzir seja mais um reproduzir, um fazer sempre igual, que o casamento não faça sentido e que se sustente por interesses externos ou pelo medo de mudança. Qual é a melhor escola para essa sociedade? Quem são os melhores alunos para ela? Quais conteúdos escolares ela deve privilegiar? Em sua lista, que competências e habilidades são requeridas de seus alunos?
Um segundo tipo de sociedade é a que valoriza o ter, o possuir recursos materiais a serem acumulados. E a sociedade que preza o capital, que divide as pessoas por suas posses. por seus bens materiais, por sua fortuna. Qual é a melhor escola para essa sociedade? Como ela prepara crianças e adolescentes para serem bem-sucedidos neste sistema? E as crianças que não têm condições materiais para frequentá- la, porque devem trabalhar, porque seus pais não podem ter nem têm livros em casa?
Um terceiro tipo de sociedade é a que valoriza o consumir, o desfrutar mais e mais os bens produzidos e sempre aperfeiçoados ou diversificados. E a sociedade que valoriza o instante,o substituível, o breve no tempo e o próximo no espaço, já que os recursos tecnológicos cada vez mais possibilitam isso. E a sociedade global, tecnológica, plena de invenções e descobertas. Possuidora de recursos que facilitam nossa vida, que "sustentam" a juventude de nosso corpo, que estendem nosso bem - estar e que nos provêem facilidades e possibilidades de consumo de todos os tipos. Uma sociedade que julga ter superado o pesado, o difícil, o que precisa ser consertado e apreendido de modo é a melhor escola para essa sociedade? Como ele deve preparar seus alunos? Quais competências e habilidades eles devem dominar para serem bem - sucedidos.?
Produzir, ter e consumir representam ações e valores que talvez resumam nossos principais esforços e êxitos dos últimos tempos. Não importa que cada vez mais menos pessoas tenham possibilidades para isso, que suas reais condições de fazer parte dessa classe sejam precárias, incertas e difíceis. Não importa os tipos de ansiedade, de sofrimento, de exclusão e de desigualdade social implicadas em nossos esforços para produzir, ter e consumir. O interessante é que essa mesma sociedade aprove leis e determine recursos a serem gastos em uma escola para todas as crianças. O interessante é que essa mesma sociedade reafirme o valor das coisas compulsórias para a nossa vida e que eleja a escola como o melhor lugar para que todas as crianças e adolescentes realizem essa iniciação.
Uma escola que aceita o compromisso de ser compulsória para todas as crianças deve valorizar a construção, a aquisição e o consumo de que coisas? O que deve ser reconstruído criança por criança, porque esse bem não pode ser comprado, nem está pronto para ser consumido? O que o dinheiro de um aluno não pode comprar e, portanto, permitir-lhe consumir fácil e imediata ente? O que está nos livros, no conhecimento ou no domínio dos adultos, encarnado nas ferramentas ou tecnologias, mas que precisa de novo ser inventado e descoberto, ou seja, reconstruído por todas as crianças? Essas coisas são as que listei no início deste artigo. E se elas são compulsórias é porque não podemos sintetizá-las nos objetos e nas pessoas que as possuem, pois necessitam ser reconstruídas segundo as possibilidades de cada criança.
Penso que os comentários feitos até aqui sugerem a importância de uma reflexão sobre a escola, agora na perspectiva da criança. Como distinguir e relacionar criança com aluno? Aluno é uma categoria sociológica ou pedagógica. Supõe dominar um "ofício", tornar-se parte de uma comunidade, qualificar-se para a realização de certas tarefas, dominar ou aceitar regras ( muitas delas implícitas) que possibilitam esse pertencimento. . Supõe sofrer as conseqüências de uma certa compreensão de sociedade, dos valores que a escola cultiva, dos recursos que dispõe e dos limites políticos de seus agentes para bancar seu projeto pedagógico. Ser criança, tornar-se aluno; esta é a exigência de hoje.
No entanto, ser aluno é uma coisa, enquanto tonar-se alfabetizado, por exemplo, é outra. Talvez possamos obrigar a uma criança a ser aluno, mas não podemos exigir que aprenda, porque isso supõe uma adesão afetiva e um desenvolvimento cognitivo que a condição de aluno não é suficiente para dar conta. Uma criança pode ser considerada aluno desde o momento em que se matricula na escola ou que a frequenta, mesmo que por pouco tempo.
O problema da escola compulsória de "ontem" é que era destinada para poucos, restringia - se àqueles que tinham condições de ingressar ou permanecer nela .
sexta-feira, 16 de julho de 2010
A LINGUAGEM DO AFETO - COMO ENSINAR VIRTUDES E TRANSMITIR VALORES - Autor - CELSO ANTUNES - Editora: Papirus - ano de publicação: 2005
EDUCAR VALORES E O VALOR DE EDUCAR - AUTOR: ANTONIO PÉREZ ESCLARIN - Ano de publicação: 2003 - Editora Paulus
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM - AUTOR: CIPRIANO CARLOS LUCKESI
quinta-feira, 15 de julho de 2010
A TIGELA DE MADEIRA - UMA LIÇÃO DE VIDA
terça-feira, 13 de julho de 2010
UMA HISTÓRIA PARA SER LEMBRADA-REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
segunda-feira, 12 de julho de 2010
ADONIRAM BARBOSA
LUDWIG VAN BEETHOVEN
sábado, 10 de julho de 2010
TIRO AO ALVO ( Adoniram Barbosa )
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Táuba de tiro al álvaro
Não tem mais onde furar
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno e striquinina
Que peixe a de baiano
Teu olhar mata do que atropelamento de automóvel.
CANÇÃO DO EXILIO ( Gonçalves Dias )
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam
Não Gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estralas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nessa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrue os primores
Que não encontro por cá;
Sem que inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá
quinta-feira, 8 de julho de 2010
PABLO PICASSO, O GÊNIO DA ARTE MODERNA
terça-feira, 6 de julho de 2010
PINTORA: TARSILA DO AMARAL
segunda-feira, 5 de julho de 2010
VICENTE VAN GOGH
POEMAS: CAMÕES
Começou muito jovem a freguentar a corte de D.João III, aonde conheceu D.Catarina de Ataíde, que o poeta imortalizou sob o nome de Natércia, que era a sua musa de insperação. Com esse proibido amor ele foi em 1547 se alistar comos soldado entre as tropas que iam combater os mouros na África. Ai perdeu seu olho direito, numa das quase diárias escaramuças que se travavam entre portugueses e árabes.Quando voltou para Lisboa cumpriu um ano de prisão no troneo da cidade. Ao sair do cárcere, embarcou para a India, no ano de 1553. Já então concebera a ideia dos Lusíadas e, segundo alguns autores, lhe compuser parte do primeiro canto. Viveu alguns anos em Macau; foi aí que, conforme a tradição, escreveu até o sétimo canto dos Lusíadas.
Em 1568, voltou Camões à pátria. Encontrou ainda viva sua velha mãe, e alguns amigos que o auxiliaram. Catarina de Ataíde, a inspiradora do seu lirismo, porém, já havia morrido, e a pátria, musa dos arroubos épicos da sua inspiração, entrou a decair anos depois. Depois de sua vida aventurosa, cheia de tribulações e desilusões, desapareceu ni fim do século XVI a figura daquele que consideramos o maior poeta da língua portuguesa.
Suas Obras: Lusíadas, poemas épico em dez cantos compostos de oitavas decassílabas, em que há genias episódios, tanto heróicos como líricos, sonetos,canções,endechas, odes,elegias,éclogas,sextinas,redondilhas, o poema em três cantos De Composições e Criação do Hoimem, os três autos Anfitriões, em versos, EL-Rei Selcuco, quase todo em verso, e Filodemo, em prosa e verso, e ainda a tradução dos Triunfos de Petrarca, que depois de detido exame, julgamos não chegou a ser revista pelo poeta.
SONETO X
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em ti sómente pode descansar,
Pois com ela tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que como o acidente em seu sujeito,
Assi com a alma minha se confroma;
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
OS LUSIADAS
CANTO PRIMEIRO
1
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Traprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reinoi, que tanto sublimaram;
2
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E que aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
CANTO SEGUNDO
1
Já neste tempo o lúcido Planeta,
Que as horas vai do dia distnguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo,
E da casa marítima secreta
Lhe estava o Deus Nocturno e porta abrindo,
Quando as infidas gentes as chegaram
As naus, que pouco havia que ancoraram
2
Dentre eles um, que traz encomendado
O mortífero engano, assi dizia:
"Capitão valeroso, que cortado
Tens de Neptuno o reino e salsa via,
O Rei que manda esta ilha, alvoroçado
Da vinda tua, tem tanta alegria,
Que não deseja mais que agasalhar-te
Ver-te, e do necessário reformar-te.
CORAÇÃO VAZIO
Dolente, permanece no meu peito
Iluso, triste, desiquilibrado,
O coração que é teu do mesmo jeito
Neste pobre viver desesperado.
Inútil consertar esse defeito
Cruel que me tornou desmoranado.
É apenas porque deste triste leito
Distante estás, cariz imaculado.
E assim distantes o meu peito suspira,
Vivo de amor, desse amor que me inspira
Iluminando assim a minha mente.
Tudo me falta para a minha vida
Trago no peito o coração, querido.....
Isso conservo porque é teu somente