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quarta-feira, 28 de julho de 2010

REFLEXÃO ( CRÔNICA DE VERÍSSIMO)

EU ACREDITO!
Como Deus, a democracia também põe dúvidas, tragédias e absurdos no nosso caminho, para ver se vamos desistir ou continuar acreditamos.
Segundo uma linha teológica, Deus cria as imperfeições do mundo para testar a devoção dos santos. Num mundo sem pobres e aflitos, a caridade seria um desperdício, amor pela humanidade um sentimento banal e a Madre Teresa apenas uma simpatia, e anômio, velhinha. É para por à prova a fé que existe o sofrimento. Cada boa alma é desafiada a continuar boa e dedicada ao próximo e a Deus, por mais repugnante que seja o defeito do próximo e misteriosas as razões de Deus. É um pouco assim com a democracia. Todas as tentações que temos para desesperar da democracia são, na verdade, desafios para a nossa convicção democrática. Testes para a nossa fé.
Alguém já disse que as mensagens do Bush para os povos do Oriente Médio, exortando - os a adotarem a democracia, seriam mais convincentes se não trouxessem, implícita outra mensagem;" Vocês também podem acabar com alguém como eu na presidência" o que estaria causando alguma hesitação entre os povos. Aqui a eleição de Lula teria provocado reação parecida em certos círculos fortemente democráticos, agora hesitantes. Gente que diz " está certo, o bonito de uma democracia é que qualquer um pode chegar à presidência, mas não qualquer um pó!" Enfim, são convicções sendo testadas. como Deus, a democracia também põe dúvidas, tragédias e absurdos no nosso caminho, para ver se vamos desistir ou continuar acreditando.
É por isso que devemos aceitar todos os recém - eleitos num espírito de exaltação. Ladrões e loucos, renegados e ressuscitados, coitados e condenados, todos. São eles que revigoram nossa fé democrática, na medida em que apesar de tudo não desesperamos.
O Maluf e o Clodovil foram os mais votados em São Paulo? Uma confiança na democracia que resiste a isto jamais se abalará. Vi a entrevista em que o Clodovil dizia que não tinha a menor ideia do que iria fazer em Brasília, mas que faria com estilo, quase em transe religioso. Por pouco não abrir uma janela e gritei para o céu. Eu crio! Eu creio!
E voltei para me prostar diante da televisão. Devemos amar a pessoa mais importante como os santos amam os miseráveis, pois sinto é a prova da nossa virtude e da nossa revolução. A democracia jamais nos afastará delas. Por mais que tente.
Luis Fernando Veríssimo - Jornal do Vale paraibano dia ( 08-10-2006)

domingo, 25 de julho de 2010

O DESAFIO DA ESCOLA

A escola de hoje reconhecem e aceitou o desafio de ensinar o compulsório da vida para todas as crianças e adolescentes.

O que ela precisa mudar para se capaz de ensinar a todas as crianças


PARA TODOS: O que a escola precisa mudar para ser compulsória? Responder a essa pergunta supõe que, como mínimo, refletir sobre o lugar sociocultural da escola " ontem " e "hoje".

A pergunta em si mesma já expressa essa hipótese porque sugere que a escola de ontem não era compulsória e que a de hoje quer sê-lo. Por que a escola de ontem não era? Por que a de hoje deve ser?

Consideremos que, em certo sentido, a escoa sempre foi compulsória. Foi nela que que sempre se depositou a esperança e a confiança no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos daquilo que é compulsório para todos nós, não só na escola, mais na vida em geral. Amar ao próximo como a si mesmo, ser digno, comprometido, responsável e tantos outros valores são "compulsórios" a uma certa visão de ser humano. Sem eles, predominaram a barbárie e a violência. Classificar, selecionar, ordenar, fazer inferências, observar, comparar, quantificar, concluir, fazer escolhas, tomar decisões, antecipar, corrigir e tantas outras "ferramentas" cognitivas são habilidades consideradas compulsórias ao ser humano. Sem elas, nossa sobrevivência, nosso passado, presente ou futuro ficariam extremamente prejudicados e sujeitos a toda sorte de manipulações. Trabalhar em grupo, cooperar, argumentar, compartilhar tarefas, construir coisas, divertir-se, criar, desfrutar a vida e tantas outras realizações sociais são compulsórias ao ser humano. Sem elas, a vida restaria sem sentido.

Os domínios lembrados entre tantos outros não são privilégio da escola, tanto assim que culturas " não - escolares" os desenvolvem, inclusive de modo bastante complexo. O fato é que, em nossa sociedade, atribuiu-se à escola um lugar fundamental para o desenvolvimento dessas aquisições, sobretudo em crianças e adolescentes. Em resumo, se há coisas compulsórias é´porque são melhores para o ser humano e, se a escola compromete-se com seu desenvolvimento, ela também se torna compulsória, ao menos quanto aos conteúdos que pretende ensinar.

O problema da escola compulsória de " ontem " é que era destinada para poucos alunos. Ela se restringia àqueles que tinham condições ( financeiras, cognitivas, sociais, culturais, afetivas, biológicas, religiosas) de ingressar ou permanecer nela, porque atendiam aos seus pré-requisitos ou pressupostos. Os outros, a grande maioria, não ingressavam ou não ficavam mais do que alguns anos, o que só confirmava sua falta de condições para desenvolver na escola os conteúdos acima mencionados. Em outras palavras, a escola sempre foi compulsória, porque está comprometida em desenvolver bem o que é compulsório a uma vida digna e plena, mas antes ela só se permitia fazer isso com os poucos alunos que tinham condições para atender aos seus critérios. A escola de "hoje" reconheceu e aceitou o desafio de ensinar o compulsório da vida para todas as crianças e adolescentes. O que ela precisa mudar para ser compulsória nesse segundo sentido, ou seja, ser capaz de ensinar a todas as crianças?

Para responder a essa pergunta, penso que são importantes duas considerações. Primeiro, a escola de "hoje" deve mudar a visão que a de "ontem" construir sobre si mesma. Segundo, a escola de "hoje" não pode esquecer em sua critica aquilo que continua valioso, apesar dos imensos desafios de sua consideração na atualidade.

De um lado, a escola, como qualquer instituição social, expressa os valores, as possibilidades e os interesses das pessoas de seu tempo. Sobretudo, daquelas que têm poder politico e econômico, que têm condições - "herdadas" ou "conquistadas" - para determinar o que julgam "melhor" para si mesmas e para os representantes de sua classe. Nesse ternos, talvez caibam duas perguntas: a quem a escola de ontem servia?^A quem servia escola de hoje? De outro lado, como comentei no início, a escola aceitou ser e de fato é depositaria daquilo que é fundamental ou compulsório a qualquer ser humano,mesmo que suas formas de expressão variem no espaço e no tempo.

A quem serve a escola? Para responder a essa pergunta, proponho que lembremos, ainda que superficialmente, três modos de ser de nossa sociedade nos últimos séculos. O primeiro deles é o da sociedade produtora, isto é, comprometida com a fabricação de bens duráveis, resistentes.

Sólidos também são seus valores, seus compromissos e suas relações de trabalho. É a sociedade que preza o emprego e o casamento para toda a vida, que valoriza a família com muitos filhos, os quais estendem e aprofundam a herança e os valores de seus pais. Não importa que o trabalho vire rotina, que produzir seja mais um reproduzir, um fazer sempre igual, que o casamento não faça sentido e que se sustente por interesses externos ou pelo medo de mudança. Qual é a melhor escola para essa sociedade? Quem são os melhores alunos para ela? Quais conteúdos escolares ela deve privilegiar? Em sua lista, que competências e habilidades são requeridas de seus alunos?

Um segundo tipo de sociedade é a que valoriza o ter, o possuir recursos materiais a serem acumulados. E a sociedade que preza o capital, que divide as pessoas por suas posses. por seus bens materiais, por sua fortuna. Qual é a melhor escola para essa sociedade? Como ela prepara crianças e adolescentes para serem bem-sucedidos neste sistema? E as crianças que não têm condições materiais para frequentá- la, porque devem trabalhar, porque seus pais não podem ter nem têm livros em casa?

Um terceiro tipo de sociedade é a que valoriza o consumir, o desfrutar mais e mais os bens produzidos e sempre aperfeiçoados ou diversificados. E a sociedade que valoriza o instante,o substituível, o breve no tempo e o próximo no espaço, já que os recursos tecnológicos cada vez mais possibilitam isso. E a sociedade global, tecnológica, plena de invenções e descobertas. Possuidora de recursos que facilitam nossa vida, que "sustentam" a juventude de nosso corpo, que estendem nosso bem - estar e que nos provêem facilidades e possibilidades de consumo de todos os tipos. Uma sociedade que julga ter superado o pesado, o difícil, o que precisa ser consertado e apreendido de modo é a melhor escola para essa sociedade? Como ele deve preparar seus alunos? Quais competências e habilidades eles devem dominar para serem bem - sucedidos.?

Produzir, ter e consumir representam ações e valores que talvez resumam nossos principais esforços e êxitos dos últimos tempos. Não importa que cada vez mais menos pessoas tenham possibilidades para isso, que suas reais condições de fazer parte dessa classe sejam precárias, incertas e difíceis. Não importa os tipos de ansiedade, de sofrimento, de exclusão e de desigualdade social implicadas em nossos esforços para produzir, ter e consumir. O interessante é que essa mesma sociedade aprove leis e determine recursos a serem gastos em uma escola para todas as crianças. O interessante é que essa mesma sociedade reafirme o valor das coisas compulsórias para a nossa vida e que eleja a escola como o melhor lugar para que todas as crianças e adolescentes realizem essa iniciação.

Uma escola que aceita o compromisso de ser compulsória para todas as crianças deve valorizar a construção, a aquisição e o consumo de que coisas? O que deve ser reconstruído criança por criança, porque esse bem não pode ser comprado, nem está pronto para ser consumido? O que o dinheiro de um aluno não pode comprar e, portanto, permitir-lhe consumir fácil e imediata ente? O que está nos livros, no conhecimento ou no domínio dos adultos, encarnado nas ferramentas ou tecnologias, mas que precisa de novo ser inventado e descoberto, ou seja, reconstruído por todas as crianças? Essas coisas são as que listei no início deste artigo. E se elas são compulsórias é porque não podemos sintetizá-las nos objetos e nas pessoas que as possuem, pois necessitam ser reconstruídas segundo as possibilidades de cada criança.

Penso que os comentários feitos até aqui sugerem a importância de uma reflexão sobre a escola, agora na perspectiva da criança. Como distinguir e relacionar criança com aluno? Aluno é uma categoria sociológica ou pedagógica. Supõe dominar um "ofício", tornar-se parte de uma comunidade, qualificar-se para a realização de certas tarefas, dominar ou aceitar regras ( muitas delas implícitas) que possibilitam esse pertencimento. . Supõe sofrer as conseqüências de uma certa compreensão de sociedade, dos valores que a escola cultiva, dos recursos que dispõe e dos limites políticos de seus agentes para bancar seu projeto pedagógico. Ser criança, tornar-se aluno; esta é a exigência de hoje.

No entanto, ser aluno é uma coisa, enquanto tonar-se alfabetizado, por exemplo, é outra. Talvez possamos obrigar a uma criança a ser aluno, mas não podemos exigir que aprenda, porque isso supõe uma adesão afetiva e um desenvolvimento cognitivo que a condição de aluno não é suficiente para dar conta. Uma criança pode ser considerada aluno desde o momento em que se matricula na escola ou que a frequenta, mesmo que por pouco tempo.

O problema da escola compulsória de "ontem" é que era destinada para poucos, restringia - se àqueles que tinham condições de ingressar ou permanecer nela .

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A LINGUAGEM DO AFETO - COMO ENSINAR VIRTUDES E TRANSMITIR VALORES - Autor - CELSO ANTUNES - Editora: Papirus - ano de publicação: 2005

" O verdadeiro sentido de uma educação com amor não deveria ser o acalanto do sonho de apenas desejar felicidade, mas de poder esmiuçar as pequeninas coisas que a estruturam e, sereamente, e a cada dia, construir o objetivo de saber buscá-la", escreve Celso Antunes em Ensinar a Criança a Ser Feliz, um dos capitulos de seu livro A Linguagem do Afeto.
" Não se trata de um manual de pedagogia", explica o educador. A idéia que guiou o autor foi a de mostrar aos pais e ao professor como é fácil e imprescindível ensinar às crianças bom humor, valentia, preservação ambiental, felicidade, liberdade, generosidade e muitos outros valores.

EDUCAR VALORES E O VALOR DE EDUCAR - AUTOR: ANTONIO PÉREZ ESCLARIN - Ano de publicação: 2003 - Editora Paulus

Educar, não nos esquecemos, e conceber pessoas autênticas, livres e solidárias; é forjar vontades, alimentar espíritos, moldar corações. As parábolas podem ajudar muito nessa missão.
Nas numerosas palestras, conferências e oficinas que realizou nos últimos anos, o autor foi incorporando uma série de contos pedagógicos, pois observava que o público os escutava com prazer e atenção e, numerosas vezes, recordava-os depois, com gratidão, o que evidenciava que os contos tinham causado impacto e ajudado a adquirir aprendizagens importantes. Algumas pessoas chegavam a insistir que ele os publicasse. É isso o que faz por meio desse livro.
Depois de cada uma das parábolas, Antonio Esclarin faz um pequeno comentário faz um pequeno comentário pedagógico para facilitar sua utilização e seu melhor aproveitamento. As parábolas estão dispostas não tanto para serem lidas de um único fôlego, mas para serem refletidas, recriadas e saboreadas calmamente.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM - AUTOR: CIPRIANO CARLOS LUCKESI

O que pretendemos, especificamente, é contribuir para a criação de uma cultura sobre o fenômeno e a prática da avaliação da aprendizagem em nossas escolas, onde, hoje, ainda praticamos avaliação; ou seja, predominantemente, vivenciamos em nossas escolas, de todos os níveis, a cultura do exame. Necessitamos de mudar essa conduta. Nossos educandos vêm a nós para aprender e não para serem examinados. E, no caso, os exames não ajudam a aprender. Eles, por, si, são classificatórios e excludentes, ao passo que a aprendizagem necessita de inclusão pelo acolhimento, pela orientação e pela reorientação, o que só pode ser subsidiado pelo ato de avaliar, que é diagnóstico.
Afinal, acredito que já podemos ter clareza conceitual sobre o que é o ato de avaliar e o que é o ato de examinar a aprendizagem na escola. O convite deste escrito é para que nós todos reconhecemos os contornos e limites da cultura da avaliação. Isso, de um lado, traz para dentro de nossa compreensão e de nossa prática o fim do investimento na reprovação escolar ( que tem servido de álibi - político, institucional e pedagógico - para a má qualidade do ensino) e, de outro, um alto investimento na busca da qualidade do ensino e da aprendizagem dos nossos educandos, tendo em vista o seu desenvolvimento, como sujeitos de seu destino e como cidadãos.
Aqui, somente trataremos da avaliação da aprendizagem na escola e não dos sistemas da avaliação, denominados avaliação de projetos ou de larga escala; contudo, para exercitarmos essa prática, devemos estar cientes do âmbito sócio - cultural onde estamos atuando.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A TIGELA DE MADEIRA - UMA LIÇÃO DE VIDA

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinhode 4 anos.
As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
Ervilhas rolavam de sua colher e aciam no chão.
Quando, pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora se irritaram com a bagunça:
- Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai disse o filho.
- Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança:
- O que você está fazendo?
O menino respondeu docemente:
- Oh, estou fazendo uma tigela para você e a mamãe comerem, quando ficarem velhos.
O garoto sorriu e voltou ao trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.
Daquele dia em diante o filho, colocou o avô de volta para a mesa para fazer as refeições com todos na mesa..

terça-feira, 13 de julho de 2010

UMA HISTÓRIA PARA SER LEMBRADA-REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

Muitos sabem que o dia 09 de julho é feriado, mas a maioria não sabe qual é a razão da comemoração. Eis o motivo: A Revolução Cosntitucionalista de 1932, que aconteceu durante julho e outubro daquele ano e que até hoje é lembrada, pois buscava uma nova constituição para o estado brasileiro, a não permanência do governo provisório no país, além de reativar as Câmaras Municipais e o Congresso Nacional, pois no ano de 1930, Getúlio Vargas, presidente na época, revolucionou e elegeu pessoas de seu conhecimento para judá-lo. Bom, é importante lembrar que Getúlio entrou para o cargo através de um golpe, que tirou o governador da cidade de São Paulo, Júlio Prestes.
O fato é extremamente importante para São Paulo, que decretou feriado estadual, em razão de ser considerada a maior revolução cívica e conflito armado do estado, que ocasionou a morte dos estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, cujas iniciais MMDC foram utilizadas para simbolizar o acontecimento e a luta contra o governo de Getúlio, pois a população ficou extremamente revoltada, pois perdeu seus direitos e não tinha espaço para intervir no meio político. Ou seja, a Revolução Constitucionalista foi iniciada no dia 09 de julho de 1932 e o falecimento dos jovens foi uma das razões para tal fato. Os estuandantes paulistas foram sepultados no Mansoléu do Obelisco do Ibirapuera, em que São Paulo, e são lembrados até hoje pela coragem ao enfretar as tropas federais.
Desde então, a população se uniu ( totalizando 35 mil pessoas ) e contou com a força dos meios de comunicação, que lutaram contra os 100 mil soldados getulistas, durante três meses, encerrando-se no dia 02 de outubro de 32, sendo que aconteceu a derrota militar dos constitucionalistas. Porém, com o término das batalhas que resultou em aproximadamente 800 mortes, foi estabelecida uma eleição para uma Assembléia Constituinte, com o intuito de promulgar a Constituição do Brasil em 1934 e com a participação das mulheres.
Como término da Revolução, aconteceu a reconciliação entre Vargas e São Paulo, que posteriormente resultou na nomeação de um civil e paulista, Armando de Sales Oliveira, para ser interventor em SP.
No dia 09 de julho, são realizados desfiles e comemorações diversas para homenagear os participantes que tão bravamente lutaram por seus direitos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ADONIRAM BARBOSA

Nem mesmo pessoas com nervos de aço, sem sangue nas veias e sem coração são capazes de passar incólumes pela voz rouca que conta, quase consolada, a terrível história da noiva atropelada 20 dias antes do casamento: - O chofer não teve culpa, Iracema/ Paciência. Mais brilhante compositor paulista de todos os tempos. Adoniran Barbosa - pobre e mal - letrado , sabia ser mais denso que muito catedrático quando definia: " pra escrever uma boa letra de samba, a gente tem que ser, em primeiro lugar, anarfabeto". Como poucos, Adoniran foi gênio.
Como Lupicínio ou Nick Cave, daqueles raros gênios que extraem de uma quase patética simplicidade uma montanha de significados sutis. É aquela estória: você ouve SAUDOSA MALOCA 300 vezes, sem prestar muita atenção. Aí, um dia, dá um estalo; " então era isso?".
Filho dileto do Bexiga, o bairro italiano de São Paulo, Adoniran foi um fotógrafo lambe-lambe da canção. Cada uma delas é um pequeno retrato de seu bairro, de sua cidade, de sua gente humilde. Por extensão, retratos que poderiam ser de qualquer grande cidade que ainda tenha, em algum canto, um resquício daquela pobreza gentil que é tão diferente da miséria definitiva. A São Paulo de Adoniran é falsamente conformada com as agruras de ser grande - enorme - e faminta de seus filhos. Afinal, os homi tão com a razão/ nóis arranja outro lugar. E: Não reclama/porque o temporal/destruiu teu barracão/Não a reclama/güenta a mão, João/ Com o Cebidi aconteceu coisa pior/Não reclama/pois a chuva só levou a tua cama. Era só o que João tinha. Já a casa do Cebidi tava completa e doi toda levada pela enxurrada morro abaixo. Logo, João não tem tanto motivo pra reclamar da sorte.
Numa noite em que seu amigo carioca JOHNNY ALF se apresentava para uma ruídosa platéia num bar paulista, o poeta e letrista VINÍCIUS DE MORAIS cunhou a cérebre frase: - São Paulo é o túmulo do samba. O azar dele - e de Sampa - é que a frase pegou. Só que é bom explicar. Se, por um lado, a cidade nunca teve uma grande quantidade em sambistas de primeira linha, por outro, só os nomes de Adoniran e Paulo Vanzolini - aquele de Ronda - já serviriam pradesmentir a frase do velho Vinícius, se ele a tivesse dito sério, claro (situação parecida tem Porto Alegre: a cidade pariu para o samba quase que só dois nomes, Lupicínio Rodrigues e Túlio Piva, mas são a tão bons que já chega).
Como se não bastasse, o também paulista Júlio Medaglia - maestro e arranjador - é definitivo quando lembra : "Dostoievski dizia que a melhor maneira de ser universal é narrar bem a sua aldeia. E ninguém melhor que Adoniran narrou a aldeia paulista".
Além disso, Adoniran foi uma das raríssimas coisas boas surgidas na MPB daquela desgraça abolerada que foi a década de 50 ( a bossa - nova e seus precursores não vale, que foi bem no finzinho). Uma rara chama de lucidez e assepssia no meio de uma enxurrada de mau gosto, baixo-astral, dor-de-cotovelo, mortes e assassinatos por amor espalhados pela quase totalidade das canções.
Bem antes de se tornar conhecido como compositor, Adoniran tinha nome como radioator - numa época em que o rádio tinha o controle absoluto da midia nacional e a TV nem sonhava em se implantar no Brasil. Muito antes de Chico Anysio ou Soares, em 1946 o cara já encarnava nada menos que 16 personagens em seu programas na Rádio Record. Antes ainda, tinha feito muito picadeiro de circo. E ainda estavam por vir a telinha da TV e a telona do Cinema - como ator elogiadíssimo em O Cangaceiro, de Lima Barreto, melhor filme em Cannes em 53 e um dos maiores clássicos do cinema brasileiro.
Evidentemente filho de imigrantes italianos, o radiador João Rubinato na verdade não nasceu em São Paulo capital, mas sim em Valinhos, no interior do Estado de SP. Foi pra Sampa verse conseguia de alguma forma seguir carreira de ator que - de 1941 a 51 - foi o que lhe deu toda aquela base antropológico-botequinesca que seria desenvolvida em seus anos de compositor. Muitos dos personagens criados pelo ator João Rubinato seriam mais tarde os personagens das suas canções. Um deles, Adoniran Barbosa, acabaria inclusive por tomar conta da persona de seu criador.
No rádio, carregado a linguagem típica do Bexiga - uma espécie de sotaque oficial da cidade - ele contava sem dramas as pequenas tragédias cotidianas da favela e dos suburbanos em geral. Tragédias miúdas, de moradores de velhos casarões abandonados por uma cidade que os demolia pra construir mais e mais arranha-céus.... Enfim, a vida dos depreciativamente chamados de maloqueiros - porque viviam em malocas. Cada vez menos João Rubinato, cada vez mais Adoniran, o ator ia apresentando seu programa justamente intitulado História das Malocas, e seu alter-ego Charutinho lá ia se indo, ser gauche na vida e travestindo em conformação risivel tristes constatações que poderiam - por alguém menos avisado - ser chamadas de denúncias sociais.
História das Malocas foi o grande sucesso, entre muitos programas feitos em parceira com o também radialista e compositor Osvaldo Moles: Escolinha Risonha e Franca - matriz de infinitas cópias reproduzidas até hoje nas rádios e Tvs brasileiras . A casa da Sogra e muitos outros. Diretamente do fictício Morro do Piolho, Charutinho e sua turma começaram a contar suas estórias em 1955. Poucos meses antes, os então jovens Demônios da Garoa tinham gravado uma canção do deconhecido compositor Adoniran Barbosa, chamada Saudosa Maloca. Sucesso absoluto. O primeiro sucesso de ambos - autor e grupo - numa parceria que duraria até hoje, mais de década depois da morte do primeiro. E foi inspirado nesse hino da anti-malandragem, da submissão tão absoluta que chega a ser subversiva, que surgiu a idéia do programa que ficaria mais de dez anos em cartaz, chegando ao primeiro lugar na audiência.
A marca especial era aquele humor amargo, doído - o típico seria-trágico-se-não-fosse-cômico - encarnado em anti-heróis devorados pela cidade amada que crescia. Atropelados, despejados, arrastados por temporais, tentando reencontrar num canto de concreto a poesia perdida em alguma volta da vida. Venha ver,/Venha ver, Eugênia. Como ficou bonito/ o Viaduto Santa Efigênia! O humor que sabia tirar partido da desgraça. Porque lá no morro, quando a luz da Light pifa., a gente acende uma vela/ alumia também/ se não tem/não faz mar/ a gente samba no escuro/que é muito mais legar. Afinal, o morro não quer protestar contra o progressio, quer é fazer parte dele. O problema é que o danado fica lá embaixo. Progréssio,/Progréssio./eu sempre escutei falar.
Adoniran foi uma exceção na chamada velha guarda. Como Caymmi, sua inacreditável modernidade não o deixou cair no esquecimento que enterrou em vida gente como Lamartine Babo, Herivelto Martins, ou mesmo Braguinha - que segue vivinho da silva. Adoniran nunca deixou de ser ouvido. Claro que teve momentos em que lembrou com saudade que o rádio que hoje toca --- o dia inteiro,/tocava Saudosa Maloca. Mas não tinha nenhuma mágoa. Nenhuma mesmo: eu gosto dos meninos desse tal de --,/porque com eles canta a voz do povo/E eu,/que já fui uma brasa,/ se assoprarem posso acender de novo.
Até porque, de quando em quando, davam uma assopradinha. Pobre, sim: morreu pobre. Ou melhor: remediado. Mas ainda cantava em shows e gravava espradicamente - míseros três Lps em 40 anos de carreira todos lançados entre 73 e 80 e relançados confusamente em CD. Sempre que quis, teve no estúdio os melhores músicos e cantores da música brasileira lhe pagando tributo - muitos deles com idade para serem seus netos. Como Elis Regina, sua tiete assumida, com quem Adoniran emplacou seu maior sucesso como intérprete: Tiro ao Álvaro.
Sua única mágoa nos tempos de velhice era tr sido apartado de seu público. Cantava com sucesso para universitários, era adorado pela intelectualidade. Mas justamente ele, que tinha sido povo como poucos, não passava mais pela grande mídia nem tocava nas rádios populares. Quando, em novembro de 82, foi-se pro pagode lá de cima por causa de uma parada cardíaca, teve um enterro modesto. 500 pessoas amigas e nenhuma otoridade. Bom, pelo menos isso: seu enterro só tinha gente respeitável.

LUDWIG VAN BEETHOVEN

LUDWING VAN BEETHOVEN - nasceu em BONN na ALEMANHA em 17/Dezembro/1770.
É considerado o maiss importante compositor do mundo. Tinha a personalidade forte, porém a música dizia: A MÚSICA É UMA REVELAÇÃO MAIS ALTA DO QUE A FILOSOFIA.
Incentivado pelo pai estudou música desde pequeno. Sua primeira ocupação oficial foi como Assistente de Neefe com funções de organistas e tocando na orquestra do Principe MAXIMILIANO FRANCISCO e mais tarde escreveu obras, economendadas pela nobreza local.
Jovem respeitado como bom músico que era, percebeu que estava ficando surdo e isso quase levou a loucura.
A princípio tenta esconder, se afasta do convivio social no auge da famaa, passa a viver como compositor e professor.
A vida particular, por outro lado, parecia afastara suas esperanças: decepções amorosas, alcoolismo de seu pai, a tutela dos irmãos, muito e a morte do irmão o tornou solitário, sem vínculos e responsabilidades com ninguém se não consigo mesmo.
Um dos seus concertos em VIENA, na estréia de sua QUINTA SINFONIA foi um fiasco total.
O triunfo só veio com a súplica para ele estrear sua obra IX SINFONIA EM VIENA. Depois desse triunfo, ele ainda com pôs suas obras mais complexas, os últimos quartetos de cordas, muito apreciada na virada do século. Suas obras mais importantes são: 9 SINFONIA, 7 CONCERTOS, 5 PARA PIANOS, 1 PARA VIOLINO e triplico concerto para piano, 10 SONATAS PARA VIOLONCELOS E PIANO, 1 ÓPERA (Fidelio) 2 missas, solene, opuns 123, várias aberturas e outros.

sábado, 10 de julho de 2010

TIRO AO ALVO ( Adoniram Barbosa )

De tanto levar frechada no teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Táuba de tiro al álvaro
Não tem mais onde furar

Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno e striquinina
Que peixe a de baiano
Teu olhar mata do que atropelamento de automóvel.

CANÇÃO DO EXILIO ( Gonçalves Dias )

Minha terra tem palmeira
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam
Não Gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estralas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nessa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrue os primores
Que não encontro por cá;
Sem que inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá

quinta-feira, 8 de julho de 2010

PABLO PICASSO, O GÊNIO DA ARTE MODERNA

O artista mais famoso e versátil do século XX, nasceu em Málaga, no Sul da Espanha, em 25 de outubro de 1881. O pai era professor de desenho e seu talento foi reconhecido cedo e aos 15 anos já tinha o seu próprio ateliê.
Seu nome completo; Pablo, em homenagem a seu tio, cônego da catedral da cidade; e, Diego, como seu avô paterno e José, como seu pai, nono filho de Diego; e Francisco de Paula, como seu avô materno; e Juan Nepomuceno, como seu padrinho; e ainda Maria de Los Remedios, e Cipriano de La Santissima Trindade; Picasso era o sobrenome de sua mãe. Ficou assim:
PABLO DIEGO JOSÉ FRANCISCO DE PAULA JUAN NEPOMUCENO MARIA DE LOS REMEDIOS CIPRIANO DE LA SANTISSIMA TRINDAD RUIZ Y PICASSO.
Dom José ( José Ruiz Blasco), seu pai, o iniciou na arte através de diretrizes acadêmicas. Anos mais tarde, mais velho, ao analisar uma exposição de desenhos de crianças, ele diria:
"Quando eu tinha essa idade sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças".
Após um início de estudante de arte em Madri, Picasso fez sua primeira viagem a Paris ( 1900 ), a capital artística da Europa. Lá morou com Max Jacob ( jornalista e poeta ), que o ajudou com a língua francesa, Max dormia de noite e Picasso durante o dia, pois costumava trabalhar à noite. Foi um período ed extrema pobreza, frio e desespero. Muitos de seus desenhos tiveram que ser utilizados como material combústivel para o aquecimento do quarto.
Ele entra na fase azul ( 1901 a 1905 ), onde pintou a pobreza, a cequeira, a alienação e o desespero. Quando se apaixou por Fernande Olivier, suas pinturas mudaram de azul para rosa, inaugurando a fase rosa ( 1905/ 1906 ).
Trabalhava durante a noite até o amanhecer, acordava por volta das 16 horas. As telas desta frase retratava acrobatas, dançarinos, ariequins, artistas de circo.
Em 1907, Picasso revolucionou o mundo da arte com AS DONZELAS DE AVIGNON, retratanto
prostitutas num bordel. Num estilo menos naturalista e mais geométrico, sua obra impressionou Braque.
Na fase cubista, Picasso estava apaixonado por Marcelle Humbert, pois seu relacionamento com Fernande terminou em 1912.
Braque e Picasso começaram a pintar juntos. Em 1914, Braque e seus amigos se alistaram para participar da guerra e Picasso sentiu-se só e deprimido, principalmente por que Marcelle faleceu em 1915 com tuberculose.
Em 1917 foi para Roma e desenhou cenários e figurinos para um Balé Russo. Apaixonou-se por Michelângelo e Rafael, mas também por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Neste período o artista já se tornara conhecido e era um artista da sociedade. Quando Olga engravidou, criou uma série de pinturas de mãe com filhos.
No dia 4 de Dezembro de 1921 nascia seu filho Paulo.
Nas décadas de 20 a 30, Picasso alterou seu estilo de pintura, atento às novas correntes ( Expressionismo, Surrealismo, Arte Abstrata)
"As três Dançarinas" foi a primeira tela a apresentar distorções muito fortes nas figuras. Isto é atribuído ao fracasso de seu casamento com Olga.
Em 1927 começou um romance com Marie - Thérèse Walter, uma loira alta de 17 anos. Ela engravidou em 1935 e Picasso pediu divórcio à Olga. A menina Maia, nasceu e Picasso voltou à vida boêmia encontrando Dora Maar ( fotógrafa). Elas brigaram muito entre si por Picasso. Dora porém era temperamental e depressiva e Picasso retratou-a com violentas distorções.
Em 1936, a Guerra Civil Espanhola começou e o artista apoiou o Governo Republicano contra o militarismo de Franco. Foi nomeado diretor do Museu do Prado e o Governo encomendou um mural para o Pavilhão Espanhol da Exposição Internacional de Paris.
Em 26 de Abril de 1937 os bombardeios nazistas a serviço de Franco arrasaram a pequena cidade de Guernica, deixando 2.000 mortos e milhares de feridos. Nasceu Guernica, uma grande obra mural, contra a opressão e a violência desencadeadas pela guerra.
Em 1943, Picasso conheceu Françoise Gilot ( 21 anos ) e Dora sofreu um colapso nervoso. Com Gilot, Picasso encontrou um pouco de paz e pintou Alegria de Viver. Françoise porém detestava a falta de privacidade. Os 2 filhos, Claude ( 1947 ) e Paloma ( 1949 ) não conseguiram uní-los. Em 1953, Françoise o abandonou.
Em seguida, apaixou-se por Jacqueline Roque. As obras de 50 e 60 já não eram tão inventadas e ele retorna ao passado estudando Delacroix, Velásquez e Manet.
Anos mais tarde, uma operação da próstata e da vesícula, além da visão deficiente, põe fim às suas atividades; ele morre em 8 de Abril de 1973.
Picasso ao morrer, em 1973, deixou uma fortuna calculada em 300 milhões de dólares, dos quais 250 milhões em obras de arte. A lista do seu inventário acusa 1885 pinturas, 7089 desenhos, 3222 peças de cerâmica, 7411 gravuras, 1723 pedras, 1228 esculturas, 11 tapeçarias e 8 tapetes. Sua herança foi partilhada entre sua última esposa, Jacqueline Roque, seus filhos Maya, Claude e Paloma e seus netos Marina e Bernard ( filhos de Paul Picasso, o primeiro filho do pontor e já falecido ).

terça-feira, 6 de julho de 2010

PINTORA: TARSILA DO AMARAL

Artista brasileira nascida em Capivari -S.Paulo -, em 1886, foi uma importante pintora no modernismo buscando sem preconceitos, novas formas de expressão e participando ativamente das importantes transformações e valorização de uma arte genuinamente brasileira.
Estudou no colégio SION, e completou seus estudos em BARCELONA, na ESPANHA, onde pintou seu primeiro quadro, "SAGRADO CORAÇÃO", aos 16 anos.
Em 1922, teve uma tela admitida no SALÃO OFICIAL dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano, regressou ao BRASIL e se integrou com os intelectuais do grupo modernista. Embora não tinha sido participante da 'SEMANA DE 22", integrou-se ao modernismo que surgiu no BRASIL. Visto que , na EUROPA estava fazendo estudos acadêmicos.
Em 1923 voltou à EUROPA e teve contato com os modernistas que lá se encontravam intelectuais, pintores, músicos, grandes mestres, cubistas.
Iniciou a pintura "PAU BRASIL", dotado de cores e temas acentuadamente brasileira.
Em 1926, expõe em PARIS, obtendo grande sucesso. Em 1928, pintou o " ABAPORU" para dar de presente de anisersário a OSWALD DE ANDRADE que se empolgou com a tela e criou o movimento ANTROPOFAGIA.
Em 1923, pintou o quadro " OPERÁRIO" e deu inicio a pintura social no BRASIL.
De 1936 a 1952, trabalhou como colunista nos DIÁRIOS ASSOCIADOS. Nos anos 50, voltou ao tema "PAU BRASIL", sobre sua arte e a liberdade e expressão a melhor definição, vem dela mesma. " PINTURA" limpa, sobretudo, sem medo dos cânones convencionais.
Liberdade e sinceridade, uma certa estilização que a adaptação " à época moderna".
Faleceu em São Paulo, em 17 de Janeiro de 1973
OBRAS: "RETRATO DE OSWALD DE ANDRADE" 1823 ( óleo/tela 60x50 cm)
"ESTUDO (Nü)" 1923 ( óleo / tela 61x50 cm )
"SÃO PAULO (GAZO)" 1920 ( óleo / tela 50x50cm)
HISTÓRIA DAS OBRAS:
1- CHAPÉU AZUL - Esta tela foi realizada depois de TARSILA frequentar o ateliê de Emille Renard. As telas dessa época possuem uma grande suavidade e uma atmosfera lírica.
2- AUTO-RETRATO OU MANTEAU ROUGE - Em PARIS, TARSILA foi a um jantar em homenagem a SANTOS DUMONT com esta maravilhosa capa (Manteau Rouge, em FRANCÊS, significa casaco, manto vermelho). Além de linda usava roupas muito elegantes e exóticas, e sua presença era marcante em todos os lugares que freqüentava. Depois desse jantar, pintou este maravilhoso auto - retrato.
3- NEGRA - Essa tela foi pintada por TARSILA em PARIS, enquanto tomava aulas com FERNAND LÉGER. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos, dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A NEGRA temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da ANTROPOFAGIA na pintura da TARSILA. Essa NEGRA de seios grandes, fez parte da infância de TARSILA, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas - secas, espécies de babás que cuidavam das crianças.
4- EFCB (Estação de Ferro Central do Brasil ) - Este quadro foi pintado depois da viagem a Minas Gerais com o grupo modernista. Foi então que TARSILA começou a pintura intitulada PAU-BRASIL, com temas e cores bem brasileiros. Esta tela foi pintada para participar da exposição - conferência sobre modernismo do poeta BLAISE CENDRARS realizada em SÃO PAULO, em junho de 1924.
5- CARNAVAL EM MADUREIRA - TARSILA veio de PARIS e passou o carnaval de 1924 no RIO DE JANEIRO. É curioso ver que ela colocou a famosa TORRE EIFEL no meio da favela carioca.
6- A CUCA - TARSILA pintou este quadro no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo que estava fazendo uns quadros "bem brasileiros" , e a descreveu como "um bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu, e outro bicho inventado". Este quadro é também considerado um prénuncio da ANTROPOFAGIA na obra de TARSILA e foi doado por ela ao Museu de Grenoble na França.
7- O PESCADOR - Este quadro tem um colorido excepcional e trata de um tema bem brasileiro: um pescador num lago em meio a uma pequena vila com casinhas e vegetação típica. Este quadro foi exposto em MOSCOU, na RÚSSIA em 1931 e foi comprado pelo governador RUSSO.
8- RELEGIÃO BRASILEIRA - Certa vez TARSILA chegou de viagem da EUROPA, desembarcou no porto de SANTOS e foi comprar doces caseiros em uma casinha bem simples de pescadores. Ao entrar observou um pequeno altar com vários santinhos, enfeitados por vasinhos e flores de papel crepom. Achou aquilo tão pitoresco e pintou esta maravilhosa tela.
9- MANACÁ - Linda tela, com um colorido forte. Esta flor é represenrada por TARSILA de uma maneira particular, bem típica de obra dela.
10-ABAPORU - Este é o quadro mais importante já produzindo no BRASIL. TARSILA pintou um quadro para dar de presente para o escritor OSWALD DE ANDRADE, seu marido na época. Quando viu tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor RAUL BOPP. Ficaram olhando aquela figura estranha e acharam que ela representava algo de excepcional. TARSILA lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarania e batizaram o quadro como ABAPORU ( o homem que come). Foi aí que OSWALD, escreveu o manisfesto ANTROPOFAGO e criaram o movimento ANTROPOFAGICO, com a intenção de "deglutir" a cultura européia e transformá-la em algo bem brasileiro. Este Movimento, apesar de radical, foi muito importante para a arte brasileira e significou uma sintese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de um modo bem brasileiro. O "ABAPORU" foi a tela mais cara vendida até hoje no BRASIL, alcançando o valor de US$1.500.00. Foi comprada pelo colecionador argentino EDUARDO COSTANTINI
11-O LAGO - Maravilhosa tela da fase ANTROPOFAGIA, com o colorido e o tema tão típico de TARSILA. Seu sobrinho Sérgio comprou a tela e permaneceu com ela por muitos anos.
12- O OVO OU URUBU - Nesta tela temos símbolos muito importantes da ANTROPOFAGIA. A cobra grande é um bicho que assusta e tem um poder de "deglutição". A partir daí, o ovo é uma gênese, o nascimento de algo novo e esta era a proposta da ANTROPOFAGIA. Esta tela pertence ao importante acervo de GILBERTO CHATEAUBRIAND e está sempre sendo exibida em grandes exposições.
13- A LUA - Este quadro era o preferido de OSWALD DE ANDRADE, seu marido quando pintou a tela. Ele conservou o quadro até sua morte (mesmo já separado de TARSILA).
14- CARTÃO POSTAL - Vemos a lindíssima cidade do RIO DE JANEIRO nesta tela, que é o maior CARTÃO POSTAL DO BRASIL. O macaco é um bicho ANTROPOFAGIA de TARSILA que compõe a tela.
15- ANTROPOOFAGIA- Nesta tela temos a junção do 'ABAPORU" com a "A NEGRA". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de TARSILA e o colecionador EDUARDO COSTANTINI, dono do " ABAPORU", está muito interessado no quadro e já ofereceu uma soma muito alta por ele (que foi recusada pelos atuais donos).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

VICENTE VAN GOGH

Vicente Van Gogh, o mais pobre em vida, é hoje o PINTOR mais valioso do mundo

AMSTERDÃ,14 Fevereiro/2003 (AFP) - Vicente Van Gogh foi o mais pobre dos pintores e só conseguiu vender um quadro durante toda a sua vida. A Holanda celebra neste ano o sesquicentenário do pintor, hoje o artista mais valioso do mundo.
A Holanda presta merecida homenagem ao genial artista, nascido no dia 30 de Março de 1853 em Zundert, organizando várias exposições, entre elas " A escolha de Vincent", no museu Van Gogh de AMSTERDÃ.
Paralelamente a este "Museu Imaginário" que reúne obras dos artistas que o inspiraram, o museu KRÓLLER - MÜLLER de Otterio apresenta " Vicente e Helena", uma colecção de mais de 80 obras de Van Gogh.
Helena Kröller-Müller, esposa de um rico empresário, admirava Van Gogh e comprou em 1910 vários quadros do pintor. Chegou a adquirir oito telas num mesmo dia.
Uma terceira exposição, "Gogh Modern", apresentará, do dia 27 de Junho ao dia 12 de Outubro, também no Museu Van Gogh de Amsterdã, quadros de artistas contemporâneos nos quais a influência da obra de Van Gogh foi decisiva.
No dia 30 de Março, no aniversário de nascimento do artista, o Museu de Van Gogh, teve as portas abertas gratuitamente. E o correio holandês lançou dez selos com imagens de obras do pintor. Revanche póstuma para um artista que em vida não teve nem sucesso nem dinheiro.
Van Gogh não foi um gênio precoce. Inicialmente como empregado de um marchand de quadros e de um livreiro, depois como estudante de teologia e evangelista, Vicente ainda não havia encontrado seu caminho aos 26 anos. Sua família o aconselhou a se tornar padeiro, mas ele começou a desenhar.
" Desde então, tudo mudou para mim", escreveu em 1880, dez anos antes de seu suicídio em AUVERS-SUR-OISE. Durante esses dez anos, seu Irmão Theo lhe deu apoio moral e financeiro incondicional, permitindo que Van Gogh pudesse desenvolver seu talento.
No inicio, foi pintor dos humildes, exaltando o duro trabalho dos camponeses, em tonalidades sombrias, como em " Os comedores de batatas" (1885). Em 1886, Vicente instalou-se em Paris e conheceu Lautrec, Pissaro, Gauguim, Bernard, Signac. Depois foi para Arles, onde a luz e a cor lhe inspiram uma fase fecunda, pertubada no entanto pela disputa com Gauguim e as crises de loucura. Quando se suicidou em Auvrers no dia 29 de Julho de 1890, sua arte no auge.
Em vida, Van Gogh conseguiu vender um só quadro, "Vinha Vermelha", em 1890. Extamente 100 anos depois, em 1990, o " Retrato do Doutor Gachet" foi vendido por 82,5 milhões de dólares na casa de leilões Christie's de Nova York, tornando-se a tela mais cara do mundo.
Outros três quadros seus figuram entre as doze obras mais valiosas do mundo: " Retrato do artista sem barba", " Os lírios" e " Os girassóis"
VICENTE VAN GOGH- nascido a 30/03/1953 na cidadezinha de HOLANDA DE GROST -ZUNDERT, perto da fronteira com a BÉLGICA, era um homem angustiado e sofria de profunda depressão o que levou a morte, pois na época não havia cura.
Foi um pintor pós-impressionista, conhecidos por suas cores fortes, luminosas e exuberantes as quais traduzem para quem as obras, toda vibração do tempo, da simplicidade dos camponeses e o que é caracteristica de suas obras era pintar girassóis.
SUAS OBRAS: O quarto ( óleo sobre tela) a qual fez de VAN GOGH uma das referências no mundo da arte mundial, comedores de batata, retratava os pobres da zona rural, café noturno, que simbolizava e expressava a cor exagerada; Noite Estrelada e Campo de Trigo com cipestre, que produziam no asilo e pintou apenas por mais dois meses. Durante a sua vida, Van Gogh quase não ganhou dinheiro e dependia de uma mesada do seu irmão THEO .
Seu primeiro emprego foi numa galeria de arte, mas tarde seguindo os passos do pai tornou-se pastor.
Em virtude do seu sofrimento e profunda depressão suicido-se em 29 de Julho de 1890 com um tiro no peito, morrendo três dias depois.

POEMAS: CAMÕES

Luís Vaz de Camões, eminente poeta português, nasceu em Lisboa ou Coimbra, em 1524, e morreu a 10 de Junho de 1580.
Começou muito jovem a freguentar a corte de D.João III, aonde conheceu D.Catarina de Ataíde, que o poeta imortalizou sob o nome de Natércia, que era a sua musa de insperação. Com esse proibido amor ele foi em 1547 se alistar comos soldado entre as tropas que iam combater os mouros na África. Ai perdeu seu olho direito, numa das quase diárias escaramuças que se travavam entre portugueses e árabes.Quando voltou para Lisboa cumpriu um ano de prisão no troneo da cidade. Ao sair do cárcere, embarcou para a India, no ano de 1553. Já então concebera a ideia dos Lusíadas e, segundo alguns autores, lhe compuser parte do primeiro canto. Viveu alguns anos em Macau; foi aí que, conforme a tradição, escreveu até o sétimo canto dos Lusíadas.
Em 1568, voltou Camões à pátria. Encontrou ainda viva sua velha mãe, e alguns amigos que o auxiliaram. Catarina de Ataíde, a inspiradora do seu lirismo, porém, já havia morrido, e a pátria, musa dos arroubos épicos da sua inspiração, entrou a decair anos depois. Depois de sua vida aventurosa, cheia de tribulações e desilusões, desapareceu ni fim do século XVI a figura daquele que consideramos o maior poeta da língua portuguesa.
Suas Obras: Lusíadas, poemas épico em dez cantos compostos de oitavas decassílabas, em que há genias episódios, tanto heróicos como líricos, sonetos,canções,endechas, odes,elegias,éclogas,sextinas,redondilhas, o poema em três cantos De Composições e Criação do Hoimem, os três autos Anfitriões, em versos, EL-Rei Selcuco, quase todo em verso, e Filodemo, em prosa e verso, e ainda a tradução dos Triunfos de Petrarca, que depois de detido exame, julgamos não chegou a ser revista pelo poeta.

SONETO X

Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em ti sómente pode descansar,
Pois com ela tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que como o acidente em seu sujeito,
Assi com a alma minha se confroma;
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.


OS LUSIADAS

CANTO PRIMEIRO
1
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Traprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reinoi, que tanto sublimaram;
2
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E que aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

CANTO SEGUNDO

1
Já neste tempo o lúcido Planeta,
Que as horas vai do dia distnguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo,
E da casa marítima secreta
Lhe estava o Deus Nocturno e porta abrindo,
Quando as infidas gentes as chegaram
As naus, que pouco havia que ancoraram

2
Dentre eles um, que traz encomendado
O mortífero engano, assi dizia:
"Capitão valeroso, que cortado
Tens de Neptuno o reino e salsa via,
O Rei que manda esta ilha, alvoroçado
Da vinda tua, tem tanta alegria,
Que não deseja mais que agasalhar-te
Ver-te, e do necessário reformar-te.

CORAÇÃO VAZIO

Autor: Sydey G.Wyss Barreto

Dolente, permanece no meu peito
Iluso, triste, desiquilibrado,
O coração que é teu do mesmo jeito
Neste pobre viver desesperado.
Inútil consertar esse defeito
Cruel que me tornou desmoranado.
É apenas porque deste triste leito
Distante estás, cariz imaculado.
E assim distantes o meu peito suspira,
Vivo de amor, desse amor que me inspira
Iluminando assim a minha mente.
Tudo me falta para a minha vida
Trago no peito o coração, querido.....
Isso conservo porque é teu somente